quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Desenvolvimento do conhecimento temático

Com a ligação constante que temos com o mundo, para além de se criarem expectativas também é feita a captação de determinadas regularidades. Ao fazerem-no, as crianças experimentam a construção dos primeiros padrões do conhecimento:
  • ·         Esquemas (conhecimento temático – agrupa elementos que ocorrem juntos ou que interagem)
  • ·         Categorias (conhecimento categorial ou taxionómico – agrupa elementos pela sua semelhança familiar) como refere Rodrigo (2004).
Um esquema é um tipo de representação mental que consegue organizar os conhecimentos gerais que as pessoas têm da realidade. Estes conjuntos de conhecimentos são armazenados na memória semântica (situações, personagens ou acções que se repetem).
São três os tipos de esquemas que articulam a maior parte do conhecimento infantil:
  • ·         Esquemas de cenas
  • ·         Esquemas de acontecimentos
  • ·         Esquemas de histórias
O esquema de cena reúne o conhecimento de vários tipos: as relações físicas dos objectos, os tipos de objectos que se vê em determinados locais e as relações que os objectos têm entre si. Este tipo de conhecimento orienta aquilo que uma criança está à espera de perceber numa determinada situação.
A organização em esquemas deste tipo aparece cedo (Ratner e Myers, 1981 citados por Rodrigo 2004) e, embora mude superficialmente com a idade de forma a optimizar o seu funcionamento, a maneira de organizar tal conhecimento permanece inalterável com a idade.
As crianças dessas idades para além de captarem relações espaciais entre os objectos têm a capacidade de expor sequências temporais de acontecimentos.
Os roteiros na criança, explorados por Nelson (1985), também têm um papel equivalente ao que desempenham no sistema cognitivo característico do adulto. Facultam um conhecimento compartilhado que facilita a compreensão e a comunicação em geral auxiliando, de certa forma, a que nos lembremos de acontecimentos de uma maneira ordenada, embora seja narrado para a criança de forma desordenada.
Para observarmos o quão relevante é o conhecimento esquemático aproveitamos a aprendizagem da leitura. Esta requer a conjugação de várias capacidades (atenção salientada, compreensão de símbolos arbitrários, nível de desenvolvimento da linguagem oral relativamente bom). Exige também uma experiência com um meio “letrado” onde exista bastante material escrito assim como um amplo conhecimento do mundo (Daiute, 1993 comentado por Rodrigo, 2004).

Baseado no trabalho de grupo desenvolvido por Ana Filipa Fernandes, Ana Maria Fernandes, Mónica Melo e Pedro pereira. (ESE, IPP, no ano lectivo 2010-2011)"

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