quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Memória e Utilização de Estratégias

Grande parte da aprendizagem por parte das crianças está relacionada com a capacidade de utilização de estratégias de memorização.
Durante as décadas de 1960 e 1970, foram efectuados vários estudos relativamente ao desenvolvimento de estratégias de memória (repetição - repetir o material verbalmente ou através de outros métodos) assim como as de organização (organizar e categorizar o material para se lembrar melhor dele).
Concluiu-se nessa altura, relativamente às estratégias de memória, através de Flavell, Beach e Chinsky (1966) que só a partir dos 7 anos é que as crianças são capazes de as produzir ao invés de quando têm 5 anos que visam não usufruir delas, não produzindo também estratégias mnemónicas eficazes. Relativamente às estratégias de organização (Myers e Perlmutter, 1978), acreditava-se que as crianças de cinco anos apenas possuíam capacidade de organizar a informação ou de utilizar estratégias eficazes para planearem as acções. Só mais tarde agrupam a informação em categorias e agem de acordo com os seus planos.
Acreditava-se também que as mudanças, relativamente ao abordado, eram bruscas.
Contudo, na década seguinte, descobriu-se através das experiências de Rogoff e Mistry (1985) e de DeLoache e Brown (1983) que as crianças, quando em situações naturais ou de jogo tem mais facilidade em lembrar-se dos objectos e até conseguem encontrar, espontaneamente, estratégias eficazes.
Há um tipo de memória que é extremamente precoce, a memória autobiográfica. As crianças de dois a quatro anos são capazes de descrever com facilidade as lembranças de acontecimentos específicos da própria vida. Mas, devido ao desenvolvimento precoce, quando chega à idade adulta praticamente não se lembram de acontecimentos que ocorreram antes dos três anos de idade (amnésia infantil) como referem Papalia, Olds & Feldman (2001).
Há três elementos necessários para a memória autobiográfica:
  • ·         Desenvolvimento de um “eu psicológico”, que permita à criança organizar os acontecimentos pondo-o no centro, (três anos);
  • ·         “Narrativa pessoal” que possibilite a comunicação com acções passadas;
  • ·         A capacidade de diferenciar diferentes acontecimentos, tendo como comparação a rotina tal como definiram Fivush e Hamond (1990).


Baseado no trabalho de grupo desenvolvido por Ana Filipa Fernandes, Ana Maria Fernandes, Mónica Melo e Pedro pereira. (ESE, IPP, no ano lectivo 2010-2011)"

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