quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Teorias sobre o desenvolvimento da linguagem

  •  Empirista (defende que a linguagem é obviamente aprendida);
  • Inatista (sugere que a linguagem é uma actividade biologicamente programada);
  • Interacionista (acreditam que a linguagem é um jogo entre as predisposições da criança e as características do ambiente linguístico em que ela se encontra).
Linguagem é o instrumento mais importante para comunicar.

Diferentes Perspectivas:

Piaget - Teoria Operatória - Teoria segundo a qual acção solipsista do bebé sobre o seu ambiente leva-o a construir a função simbólica ou semiótica que traduz ou permite tanto a comunicação como a representação.

Vygotsky - Teoria Sociocultural - defende que a actividade comunicativa encontra-se na génese da representação e vice-versa.

Chomsky na sua teoria - a linguagem humana e o seu processo de aquisição - proclama que a linguagem é um “órgão mental” com uma determinação semi-biológica e que o seu aparecimento corresponde à maturação de especificações inatas que constituem a essência da espécie humana.


Piaget afirma a primazia do cognitivo sobre o desenvolvimento da comunicação e da linguagem. A linguagem, entendida como representação, aparece como tradução ou expressão da função simbólica. Acredita que, no final do estádio sensório-motor, a criança por meio da coordenação e da diferenciação dos esquemas sensório-motores, constrói a capacidade de representar objectos, acontecimentos, pessoas, e de agir baseada em processos mentais internos que se manifestam em forma de símbolos (Piaget e Inhelder, 1969).
Ele entende que a linguagem é representação – como a imitação diferida; jogos simbólicos, imagem e desenho – e aparece, junto com as outras, no final do estádio sensório-motor, quando a criança consegue separar a forma geral de um esquema de acção do seu conteúdo particular, surgindo a função simbólica como capacidade cognitiva que permite todas essas condutas simbólicas.
As primeiras palavras aparecem como um processo de “substituição funcional” em que os procedimentos arcaicos são substituídos por procedimentos mais culturais, cuja eficácia e economia se é capaz de reconhecer. O processo na linguagem é mais complicado do que esse simples mecanismo. Quando aparecem as primeiras palavras, a criança já sabe várias coisas sobre a linguagem: a mais importante de todas é que sabe como usá-la.
                Junto com o processo de “substituição funcional” em que estão envolvidas as capacidades cognitivo-sociais, deve-se invocar outra capacidade do bebé, as fonológicas, que os bebés desenvolvem ao longo do seu primeiro ano de vida. Entre a realização de um gesto e seu equivalente fonológico, para cumprir a mesma função, existe uma diferença qualitativa muito importante. Há bebés, que desde muito cedo, combinam gestos e vocalizações, de modo que, junto ao desenvolvimento comunicativo descrito, existe um desenvolvimento fonológico que leva o bebé a realizar produções vocálicas semelhantes às produzidas pelos adultos.



 SHAFFER, D. R. (2005) Psicologia do Desenvolvimento: Infância e adolescência (tradução de Cintia R. P. Cancissu). São Paulo: Thomson Learning, (obra original 2002) (capítulo 10)
[1]VILA, I. (2004). O início da Comunicação, da representação e da linguagem. In C. Coll, A. Marchesi, & J. Palacios (Eds), Desenvolvimento Psicológico e educação, I: Pisicologia Evolutiva (trad. D. V. Morees). Porto: Artumed. (obra original de 1994) 

Baseado no trabalho de grupo desenvolvido por Dulce Marques, Joana Gomes e Ana Solange Semedo. (ESE, IPP, no ano lectivo 2010-2011)"

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