domingo, 2 de janeiro de 2011

Auto-conceito

Segundo Papalia, Olds e Feldman, 2001, o auto-conceito desenvolve-se continuamente desde a infância. Durante o período escolar as crianças sofrem, para alem de um desenvolvimento cognitivo, um maior conhecimento próprio e do seu valor como pessoa e também uma maior compreensão e controlo emocionais.
Segundo Harter, citado por Papalia, Olds e Feldman (2001), a criança sente-se mal perante aquilo que não faz correctamente, ou no qual é menos capaz, mas fica orgulhosa por aquilo que faz bem e no qual é boa. Assim continua a valorizar-se dando maior importância aquilo que faz bem e, por sua vez, desvalorizando os maus resultados daquilo em que é má.
Nesta fase as crianças já são capazes de formar sistemas representacionais, isto é, possuem conceitos vastos e inclusivos, não se concentrando apenas na definição de si mesma.
Possuem um maior equilíbrio, passando a ter uma maior noção de que nem tudo é de extremos (mau - bom; preto - branco; muito - pouco).
Passa a descrever-se também de forma mais equilibrada, ponderando diferentes aspectos que a constituem. Avalia-se segundo um ideal que constrói de si e o que realmente é, e segundo a sociedade em que vive e o que os outros esperam dela.


  • Mudanças no auto-conceito desde os seis anos até a adolescência dos 6 aos 8 anos
Estrutura, organização
Primeiras conexões entre diferentes traços ou aspectos; uso frequente de características opostas do tipo tudo ou nada.
 
Conteúdos mais destacados
Comparação consigo mesmo noutro momento ou no passado. Inclusão de aspectos internos ou psicológicos.
Exemplos
“Eu sei correr, saltar e jogar futebol muito bem”, ´”Agora gosto de leite, antes não gostava”, “Prefiro brincar a ver televisão”
 
Valoração e exactidão
Valoração tipicamente positiva, nem sempre coincidente com a realidade.

  • Mudanças no auto-conceito desde os seis anos até a adolescência dos 8 aos 12 anos
 Estrutura, organização
Generalizações que começam a integrar um conjunto de condutas; capacidade para integrar conceitos opostos.

Conteúdos mais destacados
Traços referentes a destrezas e a relações interpessoais; comparação com outras crianças. Aprofundamento nos traços internos.
Exemplos
“Divirto-me no pátio mas não na sala de aula”, “Tenho muitos amigos mas o João tem mais”, “Gosto de Matemática e Português mas não de Inglês e Música”

Valoração e exactidão
Valoração de si mesmo que inclui tanto aspectos positivos como negativos. Maior exactidão nas auto-descrições

Baseado no trabalho de grupo desenvolvido por Helena Neiva, Sara Silva, Susana Pereira e Telma Cunha (ESE, IPP, no ano lectivo 2010-2011)"

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