quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Desenvolvimento Moral, segundo Piaget



Piaget, (referido por Duque, Celeste, 2006), debruçou-se sobre a questão de como é que as crianças lidam com as regras (de jogo ou sociais) e o que é que podemos esperar de cada idade do desenvolvimento humano, no que diz respeito às relações das crianças com o aspecto da justiça e da moral.
A partir das suas experiências e observações, propôs que a forma como as crianças lidam com as regras, com a justiça e a moral, varia no decorrer do processo de desenvolvimento.
Então, para Piaget, o desenvolvimento da moral está marcado pela transição da moral heterónoma para a moral autónoma, trajecto que vem a coincidir com a passagem do pensamento pré-operatório ao operacional concreto. A moral heterónoma é a moral da obediência, da submissão e do respeito unilateral às normas impostas pelos adultos. Já a moral autónoma é a moral da cooperação, do acordo mútuo, das regras estabelecidas por consenso. A atitude das crianças de diferentes idades às regras dos jogos é um bom exemplo desta transição.
Assim sendo, Piaget verificou que:

Ø  Até aos 4 ou 5 anos, as regras não eram compreendidas;

Ø  Dos 4/5 aos 9/10 anos, as regras tinha origem numa autoridade superior, como por exemplo, os adultos, e não podiam ser alteradas;

Ø  Dos 9/10 anos em diante, as regras eram estabelecidas por mútuo acordo entre os jogadores e por essa razão podiam ser mudadas caso todos os jogadores concordassem.

Deste, modo, Piaget concluiu que crianças com idades diferentes adquirem versões diferentes das regras e, ao jogarem juntas, essas discrepâncias tornar-se-ão evidentes e terão de ser resolvidas. Conclui ainda que o contacto com pontos de vista divergentes constitui um elemento crucial para o desenvolvimento da moralidade autónoma. (Duque, Celeste, 2006; Palacios, J. et al, 2004)

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