quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A Teoria de Erikson



            Segundo Erikson, na sua teoria psicossocial, a adolescência é caracterizada pelo confronto com a crise identidade versus confusão da identidade. Nesta etapa, o adolescente procura determinar o seu próprio “eu”, no entanto podem surgir confusões de papéis (Palácio 1999; Shultz 2006). Na adolescência, a crise de identidade raramente é ultrapassada (Papalia, Olds e Feldman, 2001)
            Para formar a identidade os adolescentes devem organizar os seus comportamentos, interesses, capacidades bem como necessidades, a fim de se expressarem socialmente (Papalia, Olds e Feldman, 2001).
            Após a puberdade surgirá uma crise de identidade como consequência da passagem da infância para a adolescência. Tal crise será necessária para o desenvolvimento da identidade (Palácios 1999). Durante esta fase os adolescentes fazem experiências com vários papéis na tentativa de encontrar aquele com que melhor se identificam (Shultz & Shultz, 2006).
            Segundo Erikson, durante o período de moratória psicossocial, ou seja, intervalo de tempo de espera, não de estagnação mas de experimentação, que o adolescente ultrapassa, são procurados, pelos jovens, compromissos a que podem estar confiantes. Tais compromissos são importantes, pois podem moldar a vida futura (Papalia, Olds e Feldman, 2001).
            A identidade, segunda James Marcia, apresenta quatros estatutos distintos ao longo do seu desenvolvimento (Papalia, Olds, Feldman, 2001).
            Estes estatutos foram definidos tendo em conta dois critérios: a presença ou ausência de crises, ou seja, de períodos de tomada de decisão consciente, e de compromissos, isto é, investimento pessoal numa ocupação (Papalia, Olds, Feldman, 2001).
            O desenvolvimento do estatuto de identidade é então composto pela identidade realizada, caracterizada por adolescentes que se comprometeram com escolhas ocupacionais. Este é um período de exploração de alternativas (Papalia, Olds, Feldman, 2001; Shultz, 2006).
Outro nível aqui presente é a identidade outorgada ou dissociação. Esta define-se pelos adolescentes que ainda não passaram por uma crise de identidade, comprometeram-se com projectos criados por outros para a sua vida. Estes adolescentes tendem a ter dificuldades em lidar com mudanças (Papalia, Olds, Feldman, 2001; Shultz, 2006).
A moratória é outra característica importante no desenvolvimento da identidade. Esta é o estatuo de identidade na qual os adolescentes ainda estão a passar pela crise de identidade e parecem procurar compromissos. Aqui os adolescentes tendem a acreditar em fenómenos sobrenaturais e gostam de ter comportamentos infantis (Papalia, Olds, Feldman, 2001; Shultz, 2006).
Por último, existe a difusão de identidade exprimida pela ausência de compromissos na adolescência. Nesta fase os adolescentes apresentam um relacionamento distante com os seus pais (Papalia, Olds, Feldman, 2001; Shultz, 2006).
            Estas categorias podem sofrer alterações à medida que o adolescente se vai desenvolvendo. No final da adolescência, a maioria das pessoas encontram-se em moratória ou identidade realizada (Papalia, Olds, Feldman, 2001).
           

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