Fonologia
Dentro do desenvolvimento fonológico, pode-se distinguir: percepção da fala e produção da fala.
Depois de as crianças atingirem as 50 palavras as suas produções tornam-se mais complexas. No final desse período já são capazes de produzir quase todas as consoantes e as combinações de consoantes e vogais (excepto o “r” e o “z”, alguns grupos de consoantes – “transbordante” e ditongos.
A partir dos 4 anos, ocorrem avanços importantes no ajuste morfofonológico e também na necessária modificação das raízes das palavras ao conjugar os verbos.
Perto dos 5/6 anos, as crianças começam o desenvolvimento metafonológico, que terá uma enorme ligação com as habilidades de leitura e de escrita.(Shaffer, 2005 pag.362)
Morfologia
Desenvolvimento dos Morfemas Gramaticais
Morfemas gramaticais são modificadores que oferecem um significado mais preciso às frases que nós construímos.
Normalmente, esses modificadores aparecem aos 3 anos, quando as crianças começam a colocar os substantivos no plural adicionando o –s, a significar localizações por meio dos morfemas in e ex, para indicar tempos verbais com os sufixos, por exemplo, ar, eu, o u.
Existem dois tipos de morfemas: os livres e os presos. Os livres são aqueles morfemas que isolados formam uma palavra, por exemplo rei, menino, céu. Os presos são os morfemas que não podem estar isolados, mas que modificam o significado dos morfemas livres. Exemplo: reis, menina, meninos.
Segundo Roger Brown (1973) que gravou a fala de 3 crianças enquanto adquiriam 14 morfemas gramaticais frequentes nas frases em inglês. Descobriu que as 3 crianças variavam consideravelmente em relação:
1) À idade em que começaram a usar marcadores gramaticais;
2) À quantidade de tempo que levaram para dominar todas as 14 regras.
A super – regularização
Dá-se o nome de super-regularização ao fenómeno das crianças, por vezes, “super estenderem” os novos morfemas gramaticais para os casos em que o seu uso pelos adultos é irregular. A super-regularização infantil é relativamente rara. Ocorre apenas em 2% a 5% daquelas ocasiões em que os verbos irregulares são usados (Marcus et al.,1992).
Assim sendo, a super-regularização não é um defeito gramatical, não deve ser desaprendido. A maior parte dos erros ocorre porque as crianças, ocasionalmente, não se lembram da forma irregular do substantivo ou do verbo e então aplicam o novo morfema adquirido para comunicar a ideia que tentam expressar. (Shaffer, 2005 pag.363)
Dá-se o nome de super-regularização ao fenómeno das crianças, por vezes, “super estenderem” os novos morfemas gramaticais para os casos em que o seu uso pelos adultos é irregular. A super-regularização infantil é relativamente rara. Ocorre apenas em 2% a 5% daquelas ocasiões em que os verbos irregulares são usados (Marcus et al.,1992).
Assim sendo, a super-regularização não é um defeito gramatical, não deve ser desaprendido. A maior parte dos erros ocorre porque as crianças, ocasionalmente, não se lembram da forma irregular do substantivo ou do verbo e então aplicam o novo morfema adquirido para comunicar a ideia que tentam expressar. (Shaffer, 2005 pag.363)
Cada linguagem tem regras para a criação de variações das frases declarativas básicas. Se essas regras forem aplicadas a uma frase declarativa, podem transformá-la em interrogativa, negativa, imperativa, relativa, composta...
Entre os 2 anos e os 2 anos e meio, a maioria das crianças começa a produzir algumas variações de frases declarativas. Entretanto, as crianças adquirem as regras transformacionais passo a passo, à medida que aprendem a formular questões, negar proposições e criar frases mais complexas, tal como apresenta de seguida, com base em Shaffer (2005).
- Formação de questões
As primeiras questões feitas pelas crianças consistem numa frase declarativa que a transforma numa questão do sim/não. Durante a segunda fase da formulação de perguntas, as crianças começam a utilizar os auxiliares correspondentes, ou verbos de ajuda.
Por fim, as crianças aprendem a regra transformacional que exige a mudança do verbo auxiliar para a posição anterior ao sujeito, e dessa forma começam a produzir questões semelhantes às dos adultos – “O que o pai está a comer?”
- Produção de frases negativas
- Produção de frases complexas
No final do período pré-escolar, entre os 5 e os 6 anos, as crianças usam quase todas as regras gramaticais da sua língua e falam de modo semelhante aos adultos, mesmo quando nunca tiveram uma aula sobre gramática. (Shaffer, 2005 pag.364)
Baseado no trabalho de grupo desenvolvido por Helena Neiva, Sara Silva, Susana Pereira e Telma Cunha (ESE, IPP, no ano lectivo 2010-2011)"
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