domingo, 2 de janeiro de 2011

Desenvolvimento das Habilidades da Pragmática

A
Se a criança está inserida num ambiente familiar socioculturalmente baixo vai ter provavelmente mais dificuldades em desenvolver a linguagem, e consequentemente mais dificuldades na aprendizagem escolar.
 
Aos 2 anos de idade, uma criança não tem capacidade de ter uma conversa, a menos que um adulto a envolva nessa conversa. Por exemplo, se a criança de 2 anos atender o telefone só terá a capacidade de dizer “olá” e “adeus”. Pelo contrário, uma criança de 4 anos já consegue desenvolver uma conversa e, pegando de novo no exemplo do telefone, a criança já terá a de antecipar a despedida, dizendo “bem, tenho de ir”. Com isto, podemos concluir que há uma grande evolução na capacidade de conversar entre os 2 e os 4 anos. 
Um dos aspectos essenciais do desenvolvimento pragmático é o de sabermos utilizar a linguagem de acordo com o contexto, como por exemplo a idade da pessoa a quem nos estamos a dirigir. Aos 4 anos a criança já faz distinção entre falar com crianças da idade dela ou com crianças mais novas. No segundo caso, elas fazem ajustes semelhantes aos dos adultos, entoação mais marcada, mais repetições, frases simples, entre outros. No caso de estarem a dirigir-se a alguém mais velho, só por volta dos 6 anos é que alteram a forma de falar, falando com mais educação, enquanto as crianças mais pequenas dirigem-se a um adulto como a uma criança da idade delas.
Outro aspecto importante do desenvolvimento pragmático é a capacidade de fazer pressuposições, isto é, antes de falar, fazemos uma selecção daquilo que é relevante dizer para que a outra pessoa nos perceba. À medida que vão crescendo, vão desenvolvendo cada vez mais esta competência e aos 3 anos já são capazes de trocar a ordem das palavras numa frase de modo a destacarem alguma coisa. Até aos 7 anos as crianças ainda têm dificuldades na comunicação referencial. Por exemplo, se tiverem que explicar alguma coisa a alguém vão sempre partir do princípio que o outro tem as mesmas informações que ela e que por isso vai percebê-lo.(Shaffer,2005,pag.366)

Baseado no trabalho de grupo desenvolvido por Helena Neiva, Sara Silva, Susana Pereira e Telma Cunha (ESE, IPP, no ano lectivo 2010-2011)"

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