quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Desenvolvimento emocional

Entre os 6 e os 12 anos de idade as crianças começam a compreender a existência de emoções contraditórias (ambivalência emocional), conhecer e adoptar as normas de expressão das emoções e aprender a controlá-las (auto-regulação emocional). (Palacios & Hidalgo, 2004).
Segundo Harris (1989, citado por Palacios & Hidalgo, 2004), o reconhecimento consciente da ambivalência emocional por parte da criança é uma conquista difícil e demorada (ocorre aproximadamente entre os sete/oito anos), relacionada com os avanços no domínio cognitivo e com a experiência social porque é o contexto social que oferece à criança a oportunidade de experimentar as diversas emoções, assim como a observação dessas nos outros indivíduos.

A criança ganha assim um auto-controlo a partir do qual aprende a avaliar, regular e modificar, caso seja necessário, os seus estados emocionais.

A partir dos seis anos, as crianças são capazes de diferenciar a experiência emocional interior e a expressão externa da mesma, sendo capazes de esconder os seus sentimentos dos outros através da modificação da expressão da conduta externa. Compreendem também que a alteração da aparência externa não implica a modificação do estado emocional interno. Se o objectivo é alterar esse estado é preciso aplicar estratégias que são desenvolvidas e aperfeiçoadas de forma consciente ao longo da infância. A mais comum é a estratégia de distracção da conduta. A partir dos seis/sete anos observa-se uma importante evolução nas estratégias usadas para regular os estados emocionais como consequência da progressiva tomada de consciência dos próprios processos cognitivos. Deste modo, as crianças não procuram mudar a situação externa mas sim interna, isto é, compreendem que as emoções podem ser dissipadas se deixarem de pensar no acontecimento que as provocou ou ocuparem a sua mente com pensamentos ou actividades alternativas. Uma outra estratégia é o pedido de ajuda que as crianças fazem a outras pessoas quando estão na presença de emoções negativas. Até aos seis/sete anos os pais são a principal fonte de consolo e apoio a que recorrem. Com o avanço da idade, as crianças procuram essa ajuda noutras crianças. (Palacios & Hidalgo, 2004)


ABRUNHOSA, M. A. ; LEITÃO, M.. Psicologia 12, parte 2., 2001. Areal Editores. 
PALACIOS, Jesús. HIDALGO, Victoria. Desenvolvimento da Personalidade dos Seis Anos até a Adolescência. in C. Coll, J. Palacios & A. Marchesi Desenvolvimento Psicológico e Educação, I: Psicologia Evolutiva. (2ª edição). Porto Alegre: Artmed Editora 
 PAPALIA, Diane E., OLDS, Sally Wendkos. FELDMAN, Ruth Duskin. (2001). Desenvolvimento Psicossocial no Período Escolar. in O Mundo da Criança. (8ª edição). Lisboa: McGraw-Hill de Portugal 
 SPRINTHALL, Norman A. & SPRINTHALL, Richard C. (1993). Desenvolvimento Pessoal. in Psicologia Educacional. Lisboa: McGraw-Hill de Portugal 
 BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. (2003). A construção da pessoa em Wallon e a constituição do sujeito em Lacan. Petrópolis: Editora Vozes, retirado em http://psicologia-fundamentos.blogspot.com/2009/01/teoria-psicogentica-de-henri-wallon.html, no dia 26 de Novembro de 2010

Baseado no trabalho de grupo desenvolvido por Helena Neiva, Sara Silva, Susana Pereira e Telma Cunha (ESE, IPP, no ano lectivo 2010-2011)"

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